segunda-feira, 21 de março de 2011

[OFF]: Qual foi a boa do Sabadão!?

Oi pessoal, 


Sentiram falta de mim? Desde sexta passada que não posto nada aqui.... mas é que nesse dia rolou de um pessoal aparecer aqui em casa pra pintar as paredes da cozinha [que estavam só no "cimento"] e fui a "chosen one"  para ficar de plantão esperando os manolos da pintura. E chegaram tarde [nove horas da manhã!].  E vocês sabem... quando se está com gente fazendo esse tipo de serviço em casa, não se sossega... de vez em quando se tem que ver como andam as coisas, etc.

Desde semana passada  que estou me aventurando com amigos [gringos e brasileiros] em Demon's Souls....  indo devagarinho e curtindo muito mais ainda o game!  O meu Temple Knight já está com o Soul Level em 25... e tive algumas jogatinas bem divertidas com meu amigo D**** [brasileiro] e o B******* [irlandês]. Nos aventuramos no Shrine of Storms [4-1]. Com o D**** não consegui ajudá-lo a derrotar o chefe [o Adjudicator...e aliás, D**** é muito afobadinho e não terminou o game ainda...]. Mas com o B******* deu certo e conseguimos [esse meu amigo virtual é bem experiente e já terminou o game três vezes...  fazemos quests  de vez em quando...].  Jogar com 'newcomings' [como o D****] é meio complicado em Demon's Souls... principalmente por causa da falta de comunicação que existe no modo online do game. Afinal, não existe suporte para headset... e então ou você fala com seus parceiros via mensagens instantâneas, ou abre uma sala de chat por texto. Agora... já pensou conversar e jogar Demon's Souls ao mesmo tempo...digitando pvts através do Dual Shock 3!!!?!?!??!

 TENSO! 

Pois é. Espero que o From Software resolva esse problema de comunicação em Dark Souls. Mas como não li nada a respeito até agora [e olha que os produtores do game sempre estão falando sobre o modo online do game...] acredito que as coisas devam ficar na mesma. 

E esse fim de semana quebrei a rotina de ferver nos games. Resolvi assistir filmes com o namorado. Não... não no Cinema [nem curto ir a cinema...]  mas em casa mesmo! Fazia tempo que não rolava maratonas de filmes/séries... e aproveitamos o Sábado pra ver muita coisa legal! Querem saber o que andei vendo? Continuem lendo!

Eu já tinha "alugado" baixado a série "Masters of Horror" fazia certo tempo. Mas ela ainda estava no limbo do HD do meu laptop. Até que sábado me deu na telha de assistir alguma coisa da primeira temporada. Tá, tudo bem... eu sabia que a série é respeitada pelo público que curte o gênero "horror"... sabia que os episódios foram dirigidos por caras de renome [como Dario Argento, John Carpenter, Joe Dante, Takashi Miike... só pra citar alguns!]...etc... mas não sei explicar o motivo de não ter me interessado em assistí-la logo. Enfim, assisti...


"Masters of Horror" surgiu de um jantar informal organizado por Mick Garris [conhecido por adaptar as estórias de Stephen King para o cinema/televisão... o cara dirigiu a minisérie "O Iluminado" ... e tem em seu currículo "Critters 2" e o roteiro de "A Mosca 2..." ]  onde ele se reuniu com seus amigos Bill Malone, Don Coscarelli, Guillermo Del Toro, Tobe Hooper, John Carpenter, Larry Cohen, Stuart Gordon e John Landis [se você curte filmes de horror deve saber muito bem quem são esses caras...]. De uma noite de conversas e alegrias entre colegas de profissão... outras reuniões foram organizadas. Até o insight: por que não produzir uma série de horror agregando grandes diretores do gênero? 

Sim, e em 2005 a série Masters of Horror estreou nos EUA no canal de tv a cabo Showtime. Recebeu ótimas críticas da mídia especializada e foi bem recebida pelo público. Aqui no Brasil foi exibida pelo canal FX. Foram lançados vinte e seis episódios [treze episódios em cada uma das duas temporadas].


Assistimos três da primeira temporada. O debut "Incident On and Off a Mountain Road" [dirigido por Don Coscarelli], "Dreams of the Witch House"  [dirigido por Stuart Gordon] e "Dance of the Dead [ dirigido por Tobe Hunter e com Robert "Freddy Krueger" Englund no elenco!]. Todos os episódios são estórias "fechadas" [com início, meio e fim...] . Muito bem produzidos e densos em conteúdo na medida certa[ andei lendo por aí que a série tinha em caixa 1, 5 milhões de U$ disponíveis para cada episódio! O_O].Vale a pena alugar na rede "Rent"!

E se vocês pensam que foi só isso que vimos no fim de semana, se enganou meu nobre padawan! A Tia Love.is.a.tragedY e seu namorado "Alex" estavam com a corda toda...e resolvemos de noite pegar uma sessão Stanley Kubrick. Por um acaso descobri no boteco que ... "De Olhos Bem Fechados" passaria no Cine Belas Artes ... no SBT. 


O filme foi o último trabalho de Kubrick [ele faleceu após a edições da película] e contou com a dupla Tom Cruise e Nicole Kidman [ainda casados na época...] na pele do casal Hartford.  William é um médico bem sucedido de New York e sua esposa Alice a perfeita dona de casa. Após uma festa na mansão de um amigo, o sólido casamento dos dois se vê abalado por uma série de acontecimentos que farão o espectador questionar seus conceitos sobre fidelidade e traição. A cena antológica em que Cruise e Kidman fumam maconha revela o desejo oculto de sua personagem Alice: trair o marido com um oficial da Marinha que ela conheceu em uma viagem de férias. A partir de tal revelação Kubrick nos leva a uma sucessão bizarra de situações em que  William Hartford se envolve por conta da sede inconsciente de vingança devido sua decepção com a esposa. Sua mente se perturba a tal ponto de não conseguir parar de pensar em Alice o traindo com o militar...


E Kubrick conduz o calvário e redenção de William de uma maneira elegante e sórdida. Após flertar com o "perigo" em diversas ocasiões no filme [como procurar os serviços de uma prostituta com HIV... ou mesmo se envolver em uma trama de orgias secretas organizadas por algum tipo de "máfia" comandada por figurões da cidade...] o falecido diretor expõe as realidades psicológicas do que é estar em um casamento.  Dúvidas, insegurança... [e a forma como muitas vezes lidamos com esses sentimentos] são exibidos a todo momento ao longo do filme e são logo identificados pelo  seu público atento. A delicada interrelação entre "o que pensaríamos e como agiríamos" frente a situações parecidas é sempre questionada pelo diretor - seja através do contraponto que é a trilha sonora  sombria do filme... ou através das  atitudes bizarras dos personagens. O epílogo póstumo de Kubrick chega ao "desatino" de lançar o que parece para o diretor  ser a única resposta coerente para a problemática apresentada durante todo o roteiro: "trepar" é o que pode resolvê-la. Ou pelo menos amenizá-la.


Se por um lado Kubrick escolheu o casal do "momento"  para interpretar os protagonistas do filme [ Cruise e Kidman estavam no "auge" pelos idos de 1999...e que caíram como uma luva para o que intrisecamente representam William e Alice nas entrelinhas do roteiro] ... a outra "face da moeda" deve ser encarada com "agudez" em uma leitura mais crítica sobre os símbolos apresentados pela película: a estética de "De Olhos Bem Fechados"  é triunfante sobre seus méritos "filosóficos". Não existem interpretações marcantes e personagens contundentes. E tanto Cruise quanto Kidman adicionam um "açúcar" deslocado da proposta ácida do longa... o que prejudica a percepção do drama desenvolvido ao  longo de seu enredo. A impressão que se tem é que o casal "caminha à margem" da ambientação  do filme. A  aparência "mainstream" de Cruise e Kidman não combina com marijuana ... nem com ruas escuras e covis de prostitutas de luxo envolvidas em orgias ritualísticas. Nem com a trilha sonora bizarra composta por Shostakovitch.

Por fim, entre erros e acertos... "De Olhos Bem Fechados" ainda é  uma experiência válida e  uma apoteose digna para Kubrick. Filmes que nos fazem pensar são cada vez mais raros hoje em dia. Ainda bem que entre 1999 e 2011  se fazem apenas doze anos...

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